quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ficha de Leitura de Domingos Fernandes


                                         

Maria Delfina Louro Miguéns da Silva Martins Margarido

 

 

 

Mestrado em Ciências da Educação – Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores

 

 

 

TEORIAS E MODELOS DE SUPERVISÃO

 Ficha de Leitura da Conferência –

Formação e Supervisão de Professores – uma nova abrangência 

 

Professora: Nilza Henriques dos Santos

Escola Superior de Educação Almeida Garrett

 

 

 

Lisboa

2013

 

 

 

 

 

 

 FICHA DE LEITURA

 

 CONFERÊNCIA-Avaliação do Desempenho Docente-Desafios,Problemas e Oportunidades
AUTOR(ES): Prof. Dr. Domingos Fernandes
 
LOCAL:13º Congresso de Educação Hoje- Promoçao Texto Editora
DATA: 
 
NOTAS SOBRE O AUTOR:
Autor fundamental, na análise dos desenvolvimentos de natureza teórico e prática que nas ultimas décadas têm estado associados à avaliação dos professores e educadores.
 
RESUMO:
 Neste artigo o autor  procurou fazer um resumo no domínio da avaliação dos professores, procurando de uma forma acessível e sistemática apoiar a reflexão e discussão sobre a compreensão das questões teóricas que suportam os processos científicos da avaliação.
 
ESTRUTURA (organização da obra e o significado das suas partes)
Introdução
 O autor dividiu a apresentação do seu artigo em três partes distintas, a introdução  depois cinco sessões onde estabeleceu considerações acerca do domínio  cientifico da avaliação; a emergência da avaliação de professores; os conceitos, concepções e abordagens da avaliação de professores, desdobrados em competência, desempenho e eficácia dos professores, concepções de ensino e concepções de avaliação de professores, testar professores e testar alunos: que abordagens de avaliação, e modelos do processo e do produto na avaliação de professores; o que podem as escolas fazer com tudo isto; desafios, problemas e oportunidades da avaliação de professores, desdobrados nos desafios, problemas e oportunidades. Finalmente uma conclusão de um artigo que cobriu as várias visões do mundo, de escola, de aprendizagens, de valores e éticas orientadores e também das políticas que motivam toda esta problemática.
 
Desenvolvimento:
 De acordo com o autor um dos aspectos condicionadores de todos os modelos de avaliação dos docentes constitui o propósito que se pretende alcançar com essa avaliação, dos fins a que se destina determina, como refere o autor não só a planificação e desenvolvimento de todas as matrizes ou grelhas de avaliação, quer o tipo de interacção entre avaliadores e avaliados.
Efectivamente, estando um pouco afastada das polémicas suscitados pelos diferentes modelos, cujo objectivo genérico era enunciado como pretendendo melhorar o desempenho dos professores, obrigando a uma responsabilização e prestação pública de contas no exercício da profissão, rapidamente se transformou numa ferramenta de diferenciação salarial, com toda a polémica que uma avaliação de desempenho unicamente virada para progressão salarial acarreta.
Como refere o autor citando Scriven (1994) Stake (2006) Worten e Sanders (1987) a avaliação é uma disciplina relativamente recente, lutando ainda para que possa ser considerada uma disciplina científica, sobretudo por parte da comunidade cientifica considerar que a ciência não pode admitir quaisquer juízos de valor.
Da análise das diversas posições sobre esta temática, o autor refere que não sendo a avaliação uma ciência exacta, a exemplo da Matemática e da Física, tal constatação não significa que não possa e deva ser rigorosa, através de métodos e procedimentos normalmente utilizados em qualquer ciência, de modo a se poder construir um modelo de avaliação que seja rigoroso e credível dos pontos de vista científico e social e que para além disso seja exequível, útil e eticamente irrepreensível como refere.
Outro dos pontos abordados pelo autor de extrema importância, refere aspectos que considera fundamentais, na implementação de qualquer sistema de avaliação, alguns dos quais considera incontornáveis, a transparência ou seja definição de critérios claros, simples e relevantes, estabelecidos com clareza obedecendo a princípios claros,  o objecto ou seja a ligação inequívoca à melhoria da qualidade do ensino e ao desenvolvimento profissional dos professores, os avaliadores e o reconhecimento das suas competências , a simplicidade evitando-se aquelas matrizes infindáveis confusas, tornando inviável qualquer avaliação, credibilidade ou seja escolher métodos para recolha de informação que seja viável e fiável,  de utilidade permitindo que seja possível tomar decisões sobre as suas conclusões e/ou recomendações , participação uma condição para o sucesso, ética ou seja uma conduta que garanta que o processo é justo.
 
 
Ou seja reforçando as opiniões do autor para que a avaliação seja justa e atinja os objectivos pretendidos, em minha opinião torna-se indispensável que sejam retidos e considerados os seguintes princípios básicos:
a)  A avaliação deve ser objectiva, de modo a reduzir, ao mínimo possível, a influência subjectiva do avaliador e as suas emoções pessoais, devendo o avaliador concentrar a sua atenção, exclusivamente, na perícia, desempenho e potenciais do avaliado.
b)  A avaliação deve ser isenta e imparcial, tendo sempre em vista que benevolência ou rigor aplicados em excesso à apreciação de um professor prejudicarão ou beneficiarão, inevitavelmente, os professores a quem for aplicado um grau de benevolência ou rigor diferentes.
c)  A avaliação deve evitar influências de “contaminação”. Um indivíduo que causa impressão favorável no primeiro contacto, tende a ser avaliado com mais benevolência do que um outro que causou uma impressão negativa, mesmo quando o  desempenho do último é melhor do que o do primeiro.
d)  O resultado da avaliação não deverá  ser  influenciada por laços afectivos, simpatia ou antipatia, entre avaliado e avaliador.
e)  A avaliação deverá ter um carácter relativo, ou seja, deverá situar o avaliado no conjunto de professores executando funções e actividades idênticas, já que apenas é viável comparar “unidades” da mesma natureza.
f)   A avaliação deverá ter uma intenção positiva e, sempre que dê uma imagem negativa de alguma das capacidades do professor, deverá incluir sugestões que possam ajudar a melhorar eventuais deficiências que o professor apresente nas suas capacidades profissionais ou comportamento pessoal.
g)  A avaliação não deverá ser usada como um meio de punição ou de prémio para alguém, mas tão somente dar à escola uma imagem das capacidades do professor e deverá comparar, com o mesmo grau de objectividade,  as boas e fracas prestações do avaliado.
h)  A avaliação deve ser especificamente baseada no desempenho do professor, sem ser influenciada por eventuais informações anteriormente conhecidas.
i)    A avaliação das capacidades, desempenho e conduta do professor deverá ser entendida como um processo de avaliação contínua durante toda a sua carreira, não devendo preocupar os avaliadores apenas na ocasião de preencher os respectivos impressos, que o sistema imponha.
j)    Sempre que existir uma impressão negativa, deverá ser tida em conta a eventual existência de condicionalismo que possa estar a afectar, momentaneamente, o professor.
 
 
 
 
 
 
Conclusão:
 No meu tempo de docência, a avaliação nunca foi considerada uma prioridade, sendo como refere o autor um processo burocrático, cumprindo as normas e procedimentos da tutela, tendo muito pouco a ver com o ensino a aprendizagem e o crescimento profissional dos professores e educadores.
Só muito recentemente, e com o reconhecimento da avaliação tem vindo a ser discutidos sistemas de avaliação de professores com finalidades tão diversas como a selecção para efeitos de ingresso na profissão, na formação e desenvolvimento profissional, para a melhoria do ensino, e progressão na carreira e aumento salarial.
A avaliação de professores, pode assim continuar, como no meu tempo, a ser uma mera rotina burocrática e administrativa, consumidora de tempo, esforço e dinheiro, sem ter uma contrapartida de influenciar o desempenho, a competência e a eficácia dos professores, ou pelo contrário como refere Nóvoa (2005,2006), existe um  transbordamento da escola numa ideia de abordagem sistémica, em que a sociedade, os responsáveis políticos, as escolas e os seus professores possam discernir entre o que é verdadeiramente essencial e estruturante para o cumprimento da sua missão e o que é meramente acessório.
O autor culmina com uma ideia que ao longo do artigo se foi definindo e que considera essencial, a avaliação só poderá ser um processo útil e rigoroso na melhoria das competências e desempenhos dos professores se o sistema conseguir um equilíbrio inteligente entre uma perspectiva de desenvolvimento profissional, e uma perspectiva de responsabilização ou de prestação pública de contas centrada em medidas de desempenho e de eficácia.
Em minha opinião essa será a grande dificuldade.
 
 
Bibliografia:
CONFERÊNCIA-Avaliação do Desempenho Docente-Desafios,Problemas e Oportunidades Prof. Dr. Domingos Fernandes - Texto Editores
 
 
 
 

 

 

UNIDADE CURRICULAR:
Teorias e Modelos de Supervisão ­­­­­­­­­­­­­­­­
PROFESSORA: 
Nilza Henriques dos Santos    
MESTRANDA: Maria Delfina Louro Miguéns da Silva Martins Margarido
 
Mestrado: ­­­­­­­­­­­­­­­Ciências da Educação – Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores

 

Sem comentários:

Enviar um comentário