quarta-feira, 10 de julho de 2013

As minhas memórias ...


Mestranda Maria Delfina Louro Miguéns Martins Margarido

 

 

 

 

 

Mestrado em Ciências da Educação

Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores

 

 

 

 

 

PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO

Síntese Reflexiva

 

 

 

 

 

 

 

Professora: Doutora Ana Paula Silva

 

 

Escola Superior de Educação Almeida Garrett

 

Lisboa

2013

 

 

 

Algumas memórias

Não vou referenciar muitos autores mas as minhas memórias também se podiam integrar nas teorias de Huberman ,( 1998) ,Vieira (2010) Goodson (1989).

Não me vou alargar porque visto eu não ter de fazer a autobiografia mas gostaria de deixar aqui alguns  relatos  da minha vida  pessoal e profissional,   que deu origem a esta minha vontade de fazer esta formação nesta altura da minha vida.

Desde criança bem criança sempre tive muita vontade de aprender, vivendo numa zona do interior do país que 90º% das pessoas não sabiam ler, alguns sabiam escrever, ler era mais difícil. Eu aprendi a ler na banda desenhada dum jornal, ainda me lembro, a banda desenhada era o Pim Pam Pum, o meu pai lá me ia dizendo as letras lá as juntava. Entro na escola já tinha 7 anos, era assim na época, também não  havia  pressa. A  primeira  história que eu li foi “ A lebre e a Tartaruga” da biblioteca da escola,  acho que não havia outra .Ouvi muitas, muitas, histórias à noite quando fazia muito calor a criançada vinha toda para a rua e as pessoas mais velhas contavam histórias para os gaiatos (era assim que eles diziam), eram quase sempre os homens.

Eu experimentei a fazer muita coisa, aprendi a bordar, costurar, cozinhar, tudo o que era possível fazer na aldeia.  Eu gostava mesmo de ler, ainda me lembro o primeiro livro que li, um romance, encontrei no sótão da minha avó, naquele tempo não era para a minha idade, “ A Rosa do Adro” achei lindo romântico.

Abriu na aldeia um “externato” se assim lhe podemos chamar, o padre e o professor primário, voltei  à escola  já tinha 14 anos fui fazer exame de admissão ao Liceu de Portalegre, fiz o  2º ano depois, mais umas quantas aventuras para fazer o 5º. Eu pensava que queria fazer qualquer coisa com crianças, mas eu não queria ser professora que tinham uma régua que batia nos alunos, ou mandavam bater os colegas, que mais sabiam, nos outros que tinham mais dificuldade, eles não faziam melhor por algum motivo era.

Surgiu-me uma hipótese de eu ir trabalhar para um internato com crianças de rua de bairros degradados de Lisboa, mas tinha de ter a maioridade 21 anos, nem os pais podiam dar autorização,( neste caso era a minha mãe o meu pai morreu tinha eu 7 anos, nem teve oportunidade de ver o resultado da sua obra) fui lançada a um mundo bem difícil, não sei acho que eu nem pensava na dificuldade. Foi-me dada uma formação, aproveitei fazer isto enquanto não chegavam os 21 anos, (era uma Instituição do M.E) final da década de 60.

Chegaram os 21 anos de idade tomei posse do lugar de monitora, tinha um grupo de 12 meninos, que no principio da manhã das 8 às 9 ficavam comigo, voltavam a ficar comigo das 12h até às 18h, eram tempos bem passados, fazíamos o que podíamos, eram crianças com muitas carências, de afectos e de estímulos. Alguns ficavam a dormir lá. Eu também lá dormia  

Após muitos anos deste trabalho, a seguir à revolução de Abril fui convidada a ir trabalhar na secretaria, fui porque na altura era uma grande confusão na Instituição  várias alterações, mas estive pouco  tempo, detestava .Voltei  à minha sala com meninos de jardim de infância com integração de crianças com múltiplas deficiências. Aí estive, muito bem, foi-me dada outra formação, até que um dia a Instituição fechou eu fui colocada,  nos  jardins  de  infância dos S.S.M.E. Voltei a estudar a completar os estudos no liceu, aí já eram os décimos anos, aprendi coisa novas Filosofia, um professor bem novinho, mas que fez que eu ficasse com um bom conhecimento da filosofia. Fiz candidatura à Faculdade, depois candidatei-me à ESE Maria ULRICH curso pós laboral, tive três anos supervisão, gostei muito de fazer o curso, não sou muito ambiciosa  mas  pensava, gostava de ter uma boa nota para que se quisesse fazer um dia mais tarde o mestrado pudesse ter nota para isso. Cá estou” nunca é tarde para aprender”,” o saber não ocupa lugar. ”Depois de tantos anos de trabalho, agora com outra vivência da vida, sempre soube que um mestre é aquele que tem  muitos  saberes e muitas  experiencias de vida. Cá estou….



O que me fez escolher este tema:

A Importância da Supervisão na Formação Inicial de Professores para a Prática do Professor de Pedagogia dos 0 aos 5

Porque escolhi este tema?

Escolhi porque vivi três anos no Rio de Janeiro, sempre tive muita curiosidade  em saber como  funcionava  o ensino no Brasil, principalmente o pré escolar, como vou lá varias vezes fiquei com vontade de fazer alguma investigação sobre o ensino Maternal e pré escolar. Conheci algumas professoras que tinham tirado curso e estavam a exercer outras funções e não o de professora, porque o ensino não era muito bom, não gostavam, não era muito bom porquê?.

Cheguei  a  fazer  uma  pré inscrição  numa Faculdade para fazer o mestrado, era tudo muito complicado, nunca diziam o que faltava, mais tarde vim a perceber que era o reconhecimento do curso.

A  Supervisão na  formação  inicial  introduz  um processo de dinâmicas de trabalho promove segundo Dubar (1997) uma identidade profissional, que é o resultado da formação inicial, vista como uma socialização secundária , com um determinado tempo estratégico de adquirir saberes profissionais  cuja eficácia e sucesso dependem dos saberes de base, que foram adquiridos numa socialização primária e prévia. Nesta linha de pensamento não obstante a sua qualidade a  formação  inicial  relaciona-se  inevitavelmente  com  uma transacção biográfica processada por mecanismos de identificação e de atribuição, para as quais são utilizados nas categorias sociais disponíveis, nos lugares e tempos em que os indivíduos vivem e possuem legitimidade variável Pereira (2007).

Relativamente  à  formação  inicial  de  professores e a supervisão pedagógica emerge como um espaço de desenvolvimento profissional docente, no que diz respeito à evolução a nível pedagógico didáctico  e a nível de processo social.
 

Síntese  Reflexiva

Introdução

O trabalho de projecto foi elaborado em redor de uma questão que nós consideramos de grande relevância, para que possa haver uma maneira de estar, na escola e da prática pedagógica  dos  educadores/professores ser de grande qualidade

Prende-se sempre com o conceito de educador/professor reflexivo pois sem a reflexão como se pode avaliar o trabalho que se fez a progressão que os alunos fizeram.

No contexto de supervisão é dar apoio aos futuros educadores/professores, para que estes possam ser profissionais de qualidade.

Esta Unidade Curricular veio concretizar-se com a necessidade de rever a literatura na investigação e apresentação de dados.

Narrativa

A Unidade Curricular do pré projeto foi ministrada pela Professora Doutora Ana Paula,   em 12 sessões, foi apresentada com muita clareza e conhecimento.

Propôs que os formandos ao longo das aulas fossem construindo o seu projecto. A professora e os alunos consideraram que o trabalho de projecto seria o mais adequado,   como eu não estou no ativo,  vou fazer dissertação, esta é mais empírica, enquanto o projecto tem mais a ver com a prática.

Fundamentámos na U C que na pesquisa houve uma reflexão e analizaram-se os diversos tópicos das metodologias da pesquisa para a resolução do problema.

Levantaram-se questões em que o tema/problema? Como Fazer uma pesquisa? Como tratar a informação? Fez referência em relação à bibliografia, a base de dados da Recil, na página da Universidade Lusófona, propôs-nos que consultássemos a dissertação da Cristina Palma. Sugeriu alguns autores como Nóvoa , Alarcão…A pesquisa bibliográfica deveria ser sistematizada.

Foram sessões de muita aprendizagem o grupo muito interessado e empenhado, quando tínham  dúvidas,  que eram muitas, a professora esclarecia--nos muito bem. O grupo trocava ideias das suas experiencias de aulas, as angústias que tinham, com a esperança que com este trabalho elas possam resolver alguns dos problemas que têm nas sua escolas.

A Professora Doutora Ana Paula  ajudava , dava sempre que era preciso  uma  opinião ,através da sua experiencia pessoal  e profissional Não era o meu caso, mas ao ouvi-las e ouvir a professora dar sugestões, pensava que eu também já tinha tido esses problemas, se não iguais muito semelhantes.

Fundamentação

Ao longo das aulas aprendemos a necessidade de sintetizar o que se pretende alcançar com a pesquisa de sermos claros sucintos e diretos , se os objectivos forem muitos ou de alguma forma precisos talvez não tenha sido bem definido o meu tema a ser investigado, mas acredito que vai ser.´

No decorrer das sessões a professora foi muito clara ao informar que ao definirmos os nossos objetivos devemos estar coerentes com o problema, Aprendemos  que o objectivo geral do projecto a desenvolver  será a sìntese do que desejamos alcançar, nos objectivos específicos darão a conhecer os detalhes e serão o desdobramento do objectivo geral. A professora motivou-nos a descrever o problema que  pretendemos  resolver .Na Unidade Curricular obtivemos vários conhecimentos da formulação dos  conceitos, para as categorias da pesquisa.

Falámos do professor investigador.(nunca mais me vou esquecer, foi posta a questão a uma aluna na defesa da dissertação) é da reflexão sobre as questões subjacentes às suas decisões referiu Nóvoa (2001) e o professor indagor, Alarcão (2001).

Refletimos  sobre os conceitos das histórias de vida e da autobiografia, o ciclo da vida dos professores. Comentámos as fases de cada ciclo.

Falámos do portefólio digital, foram apresentados alguns exemplos.

Foi introduzida a questão do problema com textos de apoio, da obra  “como elaborar uma dissertação” .

Analisámos os vários problemas que o grupo apresentou houve uma análise critica dos mesmos.

 

Estrutura do Projeto

O título deve ser claro preciso. Deve-se evitar grandes textos com palavras desnecessárias

Problema

Problema é o coração do trabalho, este é o que mais move a pesquisa toda

Definido o tema põe-se a questão para ser resolvida através de uma hipótese, confirmada através da pesquisa pode–se não encontrar a solução. O problema é criado pelo actor que fará uma questão para definir a abrangência da pesquisa.

Não há regras para se por o problema, mas há vários autores que sugerem que se faça em forma de pergunta.
 

Objetivos

Definem o que nos propomos fazer onde queremos chegar com a realização do nosso trabalho de pesquisa por isso uma  meta ,um fim para os definirmos bem é colocarmos o verbo no infinitivo. Depois há os objectivos gerais, os específicos.

Objetivos  gerais são de vária natureza, com maior abrangência, específicos são os que dizem mesmo o fim do que nos propomos fazer.

Revisão da literatura

É uma revisão bem sistematizada das pesquisas que já foram feitas. Evidenciar o conhecimento cientifico sobre o tema publicado em obras de autores conhecidos da comunidade académica, e do tema que está a ser tratado. Procurar artigos científicos que tenham sido publicados recentemente, revistas, publicações de congressos.

A revisão da literatura deve ser selecionada e criticada.

Metodologia

A metodologia, é o método criterioso com explicação detalhada, rigorosa e exata. É  a pesquisa dos instrumentos utilizados no prazo previsto pela equipe dos que fazem a pesquisa, e a divisão do trabalho das formas tabuladas e do tratamento dos dados, para o complemento da pesquisa.

Cronograma

O cronograma é o tempo que,  programamos para a realização da Dissertação com os tempos a serem cumpridos, com o programado.

Referências

São os documentos consultados para a realização do projecto com iten obrigatório. É o levantamento das fontes das informações consultadas, não digo que não tenha por algum motivo de alterar alguma referência.

 Concluimos

Foram momentos de muita aprendizagem, como já referi, de bem estar nas aulas o tempo passava rápido mesmo com o frio que se fazia sentir, algumas vezes saímos depois do horário estabelecido, havia sempre qualquer um tema que precisávamos de esclarecer melhor e a que a professora se disponibilizava. Apesar de ser a mais velha do grupo gostei muito do grupo tínhamos todos um bom entendimento, o professor ajuda a que haja este clima.

Agora é uma parte bem difícil para mim fazer a minha avaliação. Fui assídua empenhada, ainda que muitas vezes os colegas a falar dos seus problemas da sua vida profissional, eu estivesse tão distante também por eu ser a única educadora nunca havia uma troca desses conhecimentos, os professores estão muito longe do trabalho do educador, não quer dizer que sejam todos, mas uma boa parte, o educador é para fazer aquelas ”coisas giras”, que fazem com as crianças, não, mas o trabalho da educadora não é só esse.

Coisas que me vão na alma.

Com isto eu acho que mereço o Bom.

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

Tavares J, Alarcão I (1996). Formação Reflexiva de Professores- Estratégias de Supervisão. Porto: Edições Porto Editora

Goodson, I(1992) Studying Teachers Lives . London: Routledge

Huberman, M. (1979) O ciclo de vida dos professores. Porto:Porto Editora

Nóvoa A. (2007). Vidas de Professores .Porto: Porto Editora

Vieira ,Ilma Passos Alencastro, (2010) Linhas criticas Brasilia

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