Mestranda Maria Delfina Louro Miguéns Martins Margarido
Mestrado em Ciências da Educação
Supervisão Pedagógica e Formação de
Formadores
PRÉ-PROJETO DE DISSERTAÇÃO
Síntese Reflexiva
Professora: Doutora Ana Paula Silva
Escola
Superior de Educação Almeida Garrett
Lisboa
2013
Algumas
memórias
Não vou referenciar muitos autores mas
as minhas memórias também se podiam integrar nas teorias de Huberman ,( 1998) ,Vieira
(2010) Goodson (1989).
Não me vou alargar porque visto eu não
ter de fazer a autobiografia mas gostaria de deixar aqui alguns relatos
da minha vida pessoal e profissional,
que deu origem a esta minha vontade de fazer
esta formação nesta altura da minha vida.
Desde criança bem criança sempre tive
muita vontade de aprender, vivendo numa zona do interior do país que 90º% das
pessoas não sabiam ler, alguns sabiam escrever, ler era mais difícil. Eu
aprendi a ler na banda desenhada dum jornal, ainda me lembro, a banda desenhada
era o Pim Pam Pum, o meu pai lá me ia dizendo as letras lá as juntava. Entro na
escola já tinha 7 anos, era assim na época, também não havia pressa. A primeira história que eu li foi “ A lebre e a
Tartaruga” da biblioteca da escola, acho
que não havia outra .Ouvi muitas, muitas, histórias à noite quando fazia muito
calor a criançada vinha toda para a rua e as pessoas mais velhas contavam
histórias para os gaiatos (era assim que eles diziam), eram quase sempre os
homens.
Eu experimentei a fazer muita coisa,
aprendi a bordar, costurar, cozinhar, tudo o que era possível fazer na aldeia. Eu gostava mesmo de ler, ainda me lembro o
primeiro livro que li, um romance, encontrei no sótão da minha avó, naquele
tempo não era para a minha idade, “ A Rosa do Adro” achei lindo romântico.
Abriu na aldeia um “externato” se
assim lhe podemos chamar, o padre e o professor primário, voltei à escola
já tinha 14 anos fui fazer exame de admissão ao Liceu de Portalegre, fiz
o 2º ano depois, mais umas quantas
aventuras para fazer o 5º. Eu pensava que queria fazer qualquer coisa com
crianças, mas eu não queria ser professora que tinham uma régua que batia nos
alunos, ou mandavam bater os colegas, que mais sabiam, nos outros que tinham
mais dificuldade, eles não faziam melhor por algum motivo era.
Surgiu-me uma hipótese de eu ir
trabalhar para um internato com crianças de rua de bairros degradados de
Lisboa, mas tinha de ter a maioridade 21 anos, nem os pais podiam dar
autorização,( neste caso era a minha mãe o meu pai morreu tinha eu 7 anos, nem
teve oportunidade de ver o resultado da sua obra) fui lançada a um mundo bem
difícil, não sei acho que eu nem pensava na dificuldade. Foi-me dada uma
formação, aproveitei fazer isto enquanto não chegavam os 21 anos, (era uma
Instituição do M.E) final da década de 60.
Chegaram os 21 anos de idade tomei
posse do lugar de monitora, tinha um grupo de 12 meninos, que no principio da
manhã das 8 às 9 ficavam comigo, voltavam a ficar comigo das 12h até às 18h,
eram tempos bem passados, fazíamos o que podíamos, eram crianças com muitas
carências, de afectos e de estímulos. Alguns ficavam a dormir lá. Eu também lá
dormia
Após muitos anos deste trabalho, a
seguir à revolução de Abril fui convidada a ir trabalhar na secretaria, fui
porque na altura era uma grande confusão na Instituição várias alterações, mas estive pouco tempo, detestava .Voltei à minha sala com meninos de jardim de
infância com integração de crianças com múltiplas deficiências. Aí estive, muito
bem, foi-me dada outra formação, até que um dia a Instituição fechou eu fui
colocada, nos jardins de infância dos S.S.M.E. Voltei a estudar a
completar os estudos no liceu, aí já eram os décimos anos, aprendi coisa novas
Filosofia, um professor bem novinho, mas que fez que eu ficasse com um bom
conhecimento da filosofia. Fiz candidatura à Faculdade, depois candidatei-me à
ESE Maria ULRICH curso pós laboral, tive três anos supervisão, gostei muito de
fazer o curso, não sou muito ambiciosa mas pensava, gostava de ter uma boa nota para que
se quisesse fazer um dia mais tarde o mestrado pudesse ter nota para isso. Cá
estou” nunca é tarde para aprender”,” o saber não ocupa lugar. ”Depois de
tantos anos de trabalho, agora com outra vivência da vida, sempre soube que um
mestre é aquele que tem muitos saberes e muitas experiencias de vida. Cá estou….
O que me fez escolher
este tema:
A Importância da Supervisão na
Formação Inicial de Professores para a Prática do Professor de Pedagogia dos 0
aos 5
Porque
escolhi este tema?
Escolhi porque vivi três anos no Rio
de Janeiro, sempre tive muita curiosidade
em saber como funcionava o ensino no Brasil, principalmente o pré
escolar, como vou lá varias vezes fiquei com vontade de fazer alguma
investigação sobre o ensino Maternal e pré escolar. Conheci algumas professoras
que tinham tirado curso e estavam a exercer outras funções e não o de
professora, porque o ensino não era muito bom, não gostavam, não era muito bom
porquê?.
Cheguei a
fazer uma pré inscrição
numa Faculdade para fazer o mestrado, era tudo muito complicado, nunca
diziam o que faltava, mais tarde vim a perceber que era o reconhecimento do
curso.
A Supervisão na formação
inicial introduz um processo de dinâmicas de trabalho promove
segundo Dubar (1997) uma identidade profissional, que é o resultado da formação
inicial, vista como uma socialização secundária , com um determinado tempo
estratégico de adquirir saberes profissionais
cuja eficácia e sucesso dependem dos saberes de base, que foram
adquiridos numa socialização primária e prévia. Nesta linha de pensamento não
obstante a sua qualidade a formação inicial
relaciona-se inevitavelmente com
uma transacção biográfica processada por mecanismos de identificação e
de atribuição, para as quais são utilizados nas categorias sociais disponíveis,
nos lugares e tempos em que os indivíduos vivem e possuem legitimidade variável
Pereira (2007).
Relativamente à
formação inicial de
professores e a supervisão pedagógica emerge como um espaço de
desenvolvimento profissional docente, no que diz respeito à evolução a nível
pedagógico didáctico e a nível de
processo social.
Síntese Reflexiva
Introdução
O
trabalho de projecto foi elaborado em redor de uma questão que nós consideramos
de grande relevância, para que possa haver uma maneira de estar, na escola e da
prática pedagógica dos educadores/professores ser de grande
qualidade
Prende-se
sempre com o conceito de educador/professor reflexivo pois sem a reflexão como
se pode avaliar o trabalho que se fez a progressão que os alunos fizeram.
No
contexto de supervisão é dar apoio aos futuros educadores/professores, para que
estes possam ser profissionais de qualidade.
Esta
Unidade Curricular veio concretizar-se com a necessidade de rever a literatura
na investigação e apresentação de dados.
Narrativa
A Unidade Curricular do pré projeto
foi ministrada pela Professora Doutora Ana Paula, em 12
sessões, foi apresentada com muita clareza e conhecimento.
Propôs que os formandos ao longo das
aulas fossem construindo o seu projecto. A professora e os alunos consideraram
que o trabalho de projecto seria o mais adequado, como eu
não estou no ativo, vou fazer
dissertação, esta é mais empírica, enquanto o projecto tem mais a ver com a
prática.
Fundamentámos na U C que na pesquisa
houve uma reflexão e analizaram-se os diversos tópicos das metodologias da
pesquisa para a resolução do problema.
Levantaram-se questões em que o
tema/problema? Como Fazer uma pesquisa? Como tratar a informação? Fez
referência em relação à bibliografia, a base de dados da Recil, na página da
Universidade Lusófona, propôs-nos que consultássemos a dissertação da Cristina
Palma. Sugeriu alguns autores como Nóvoa , Alarcão…A pesquisa bibliográfica
deveria ser sistematizada.
Foram sessões de muita aprendizagem o
grupo muito interessado e empenhado, quando tínham dúvidas,
que eram muitas, a professora esclarecia--nos muito bem. O grupo trocava
ideias das suas experiencias de aulas, as angústias que tinham, com a esperança
que com este trabalho elas possam resolver alguns dos problemas que têm nas sua
escolas.
A Professora Doutora Ana Paula ajudava , dava sempre que era preciso uma
opinião ,através da sua experiencia pessoal e profissional Não era o meu caso, mas ao ouvi-las
e ouvir a professora dar sugestões, pensava que eu também já tinha tido esses
problemas, se não iguais muito semelhantes.
Fundamentação
Ao longo das aulas aprendemos a
necessidade de sintetizar o que se pretende alcançar com a pesquisa de sermos claros
sucintos e diretos , se os objectivos forem muitos ou de alguma forma precisos
talvez não tenha sido bem definido o meu tema a ser investigado, mas acredito
que vai ser.´
No decorrer das sessões a professora
foi muito clara ao informar que ao definirmos os nossos objetivos devemos estar
coerentes com o problema, Aprendemos que
o objectivo geral do projecto a desenvolver
será a sìntese do que desejamos alcançar, nos objectivos específicos
darão a conhecer os detalhes e serão o desdobramento do objectivo geral. A
professora motivou-nos a descrever o problema que pretendemos resolver .Na Unidade Curricular obtivemos
vários conhecimentos da formulação dos conceitos, para as categorias da pesquisa.
Falámos do professor investigador.(nunca
mais me vou esquecer, foi posta a questão a uma aluna na defesa da dissertação)
é da reflexão sobre as questões subjacentes às suas decisões referiu Nóvoa
(2001) e o professor indagor, Alarcão (2001).
Refletimos sobre os conceitos das histórias de vida e da
autobiografia, o ciclo da vida dos professores. Comentámos as fases de cada
ciclo.
Falámos do portefólio digital, foram
apresentados alguns exemplos.
Foi introduzida a questão do problema
com textos de apoio, da obra “como
elaborar uma dissertação” .
Analisámos os vários problemas que o
grupo apresentou houve uma análise critica dos mesmos.
Estrutura do Projeto
O
título deve ser claro preciso. Deve-se evitar grandes textos com palavras
desnecessárias
Problema
Problema é o coração do trabalho, este
é o que mais move a pesquisa toda
Definido o tema põe-se a questão para
ser resolvida através de uma hipótese, confirmada através da pesquisa pode–se
não encontrar a solução. O problema é criado pelo actor que fará uma questão
para definir a abrangência da pesquisa.
Não há regras para se por o problema,
mas há vários autores que sugerem que se faça em forma de pergunta.
Objetivos
Definem o que nos propomos fazer onde
queremos chegar com a realização do nosso trabalho de pesquisa por isso uma meta ,um fim para os definirmos bem é
colocarmos o verbo no infinitivo. Depois há os objectivos gerais, os
específicos.
Objetivos gerais são de vária natureza, com maior
abrangência, específicos são os que dizem mesmo o fim do que nos propomos
fazer.
Revisão da literatura
É uma revisão bem sistematizada das pesquisas
que já foram feitas. Evidenciar o conhecimento cientifico sobre o tema
publicado em obras de autores conhecidos da comunidade académica, e do tema que
está a ser tratado. Procurar artigos científicos que tenham sido publicados
recentemente, revistas, publicações de congressos.
A revisão da literatura deve ser selecionada
e criticada.
Metodologia
A metodologia, é o método criterioso com
explicação detalhada, rigorosa e exata. É
a pesquisa dos instrumentos utilizados no prazo previsto pela equipe dos
que fazem a pesquisa, e a divisão do trabalho das formas tabuladas e do
tratamento dos dados, para o complemento da pesquisa.
Cronograma
O cronograma é o tempo que, programamos para a realização da Dissertação
com os tempos a serem cumpridos, com o programado.
Referências
São os documentos consultados para a
realização do projecto com iten obrigatório. É o levantamento das fontes das
informações consultadas, não digo que não tenha por algum motivo de alterar
alguma referência.
Concluimos
Foram momentos de muita aprendizagem, como já
referi, de bem estar nas aulas o tempo passava rápido mesmo com o frio que se
fazia sentir, algumas vezes saímos depois do horário estabelecido, havia sempre
qualquer um tema que precisávamos de esclarecer melhor e a que a professora se
disponibilizava. Apesar de ser a mais velha do grupo gostei muito do grupo
tínhamos todos um bom entendimento, o professor ajuda a que haja este clima.
Agora é uma parte bem difícil para mim fazer
a minha avaliação. Fui assídua empenhada, ainda que muitas vezes os colegas a
falar dos seus problemas da sua vida profissional, eu estivesse tão distante
também por eu ser a única educadora nunca havia uma troca desses conhecimentos,
os professores estão muito longe do trabalho do educador, não quer dizer que
sejam todos, mas uma boa parte, o educador é para fazer aquelas ”coisas giras”,
que fazem com as crianças, não, mas o trabalho da educadora não é só esse.
Coisas que me vão na alma.
Com isto eu acho que mereço o Bom.
Bibliografia
Tavares J, Alarcão I (1996). Formação Reflexiva de Professores-
Estratégias de Supervisão. Porto: Edições Porto Editora
Goodson, I(1992) Studying
Teachers Lives . London: Routledge
Huberman, M. (1979) O ciclo de vida dos professores. Porto:Porto Editora
Nóvoa A. (2007). Vidas de Professores .Porto: Porto Editora
Vieira ,Ilma Passos Alencastro, (2010)
Linhas criticas Brasilia